No livro Histórias do Vídeo Popular em Pernambuco reunimos entrevistas e debates com algumas e alguns dos militantes envolvidos na produção dos vídeos digitalizados pelo nosso projeto: Maria Betânia Ávila e Angela Freitas, do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia; Eduardo Homem, Edinho Moraes e Marcelo Dantas, da TV Viva; André Gerard e Valdemir Amaro (Charque), da Etapas Video; Jaime Amorim e Rozana Maria da Conceição (Rozinha), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os textos apresentam diálogos conduzidos de formas muito diferentes, o que é explicado no início de cada um deles. Em alguma medida, a publicação compartilha uma parte da trilha que percorremos para compreender diferentes aspectos do vídeo popular feito em Pernambuco, uma vez que essas conversas contribuíram para o nosso próprio entendimento das características e do contexto no qual ele se insere.
Esses diálogos apresentam um panorama do contexto político do país e das questões que envolviam a produção dos vídeos entre os anos 1980 e 2000, como os métodos de trabalho coletivo, processos de criação e produção, elos de parceria e órgãos de financiamento, relações de aliança entre quem filma e quem é filmado. Essas questões são discutidas de forma entrelaçada às histórias de vida das e dos militantes, lançando luz sobre contingências, relações e detalhes que fizeram essa produção acontecer. A trajetória de cada entrevistada e entrevistado nos deixa ver acasos e encontros possibilitados por trajetórias de vida dedicadas ao combate às desigualdades históricas e movidas por questionamentos ao cenário de transição política enfrentado pelo país no período da chamada redemocratização.
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